Na evolução há um fenômeno chamado exaptação: características com um propósito inicial acabam se adaptando para outro propósito. Por exemplo, os dinossauros desenvolveram penas para ajudar no isolamento térmico, mas os pássaros foram adaptando as penas para permitir o vôo.
Se tratando de produtos e serviços, quando um usuário faz uso diferente do projetado, também podemos chamar de exaptação.
Esse fenômeno é mais comum do que parece. Quem nunca:
- Enviou um email para si próprio com o intuito de salvar arquivos
- Aquela pessoa que esquece que o Google Drive vem junto com o Gmail
- Ligou a televisão para pegar no sono
- Foi mal, anunciantes
- Na falta de tampa, usou um prato para tampar uma panela
- O problema é na hora de tirar o prato quente…
- Usou um chinelo para matar barata (eca!)
- Também serve como peso de canga na praia
Identificar as exaptações pode ser uma ótima oportunidade de negócio. Se as pessoas estão exaptando, significa que há uma necessidade sem solução adequada para suprí-la. Daí pode-se criar um novo produto ou uma nova classe de serviço, abrindo um novo mercado.
Esta é uma boa oportunidade também para os que desejam entrar em um novo mercado. Ao observar o uso dos produtos estabelecidos, é possível observar exaptações, então, criar um novo produto que supra a necessidade de parte dos usuários.
Em alguns momentos a empresa pode considerar que, mesmo com a exaptação, não é um bom negócio atender a este nicho de mercado. De qualquer forma, é bom conhecer o seu usuário e poder tomar esta decisão de forma consciente.
Portanto, quem quer conhecer de fato seu produto deve observar seus usuários. No caso de software, as ferramentas de analytics e o feedback do atendimento são essenciais para descobrir o que os usuários estão fazendo com o seu produto.