O Homem de Ferro é um herói que, através da sua engenhosa armadura, consegue incríveis feitos, como voar, atirar lasers, alterar voz e obter informações do ambiente através de realidade aumentada.
Na descrição acima, falei dos requisitos funcionais da armadura do Homem de Ferro. Ou seja, falei sobre o que a armadura faz ou não faz. Geralmente, quando pensamos em um produto, temos mais facilidade de listar os requisitos funcionais, pois é intuitivo pensar no que o produto faz ou não faz, ou então, no que ele tem ou não tem.
Entretanto, é indispensável se pensar também nos requisitos não funcionais. Estes são os que dizem como o produto exerce suas funções, ou até o quão bom ele o faz. Por exemplo, na armadura do Homem de Ferro: qual a velocidade que a armadura alcança durante o vôo? Qual a potência dos lasers atirados? Qual o tempo que a armadura demora para exibir informações importantes no visor?
Na construção de um produto, os requisitos funcionais ocupam boa parte do planejamento, pois dependendo da quantidade de requisitos, pode ser complexo planejar e acompanhar o andamento do desenvolvimento de todos eles. Uma boa abordagem é implementar a menor quantidade de requisitos que consiga suprir sua demanda. A partir desse momento, se começa a olhar mais de perto para os requisitos não funcionais.
É importante que os requisitos não funcionais estejam alinhados com as métricas de desempenho. Por exemplo: supondo que os inimigos do Homem de Ferro voem a 80 km/h, é importante que o herói consiga voar a pelo menos a mesma velocidade, para que não tenha desvantagem na luta. Para isso, é preciso ter a potência de seus propulsores a 500 kW.
Nesse contexto, além do requisito não funcional da potência do propulsor não poder ser esquecido quando o a armadura for projetada, é importante que ele vire uma métrica a ser acompanhada, para que o Homem de Ferro continue tendo vantagem sobre seus inimigos nas lutas.
Com o uso da armadura, vai ficando claro se tanto os requisitos funcionais quanto os não funcionais estão atendendo ao propósito principal: de vencer os inimigos. Desta forma, a energia pode ser direcionada para as melhorias que mais estão de acordo ao propósito principal.
Um erro comum é focar demais em métricas que não estão alinhadas ao propósito do produto. Por exemplo, o Homem de Ferro poderia se orgulhar muito da potência de seus propulsores, mas eles seriam um desperdício se não o ajudassem a de fato ter resultado contra seus inimigos.
Portanto, a dica para o Homem de Ferro e para os Product Owners é que se preocupem tanto com os requisitos funcionais quanto com os não funcionais. Além disso, foquem nos requisitos que estão alinhados ao propósito principal de seu produto.